
Introdução
Que tempos são estes que vivemos?
Nasci nos anos 80 e não me lembro de ter vivido, nem de ter estudado tempos como estes. A evolução dos últimos anos é gigantesca — tecnológica, industrial, médica, astronómica… E, no entanto, a humanidade parece estagnada, ou pior, retrógrada. Desprovida de discernimento, de capacidade cognitiva, de vontade de pensar.
O contraste entre o progresso e a sabedoria
Há mais de dois mil anos, pensadores como Zenão de Cítio, Sêneca, Epiteto, Marco Aurélio, Platão e Aristóteles já tinham chegado a conclusões profundas sobre a vida e a natureza humana. Hoje, com acesso a todo esse conhecimento, parece que escolhemos ignorá-lo.
Zenão de Cítio, fundador do Estoicismo, ensinava que a harmonia com a natureza e o universo, governado pela razão divina (logos), era a chave para a vida.
Sêneca dizia: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.”
Epiteto lembrava-nos que a força reside na nossa mente, não nos eventos externos.
Marco Aurélio, imperador e filósofo, acreditava que o propósito da vida é agir com justiça e de forma desinteressada.
E nós? Seres supostamente inteligentes, do alto do nosso pedestal tecnológico, parecemos ignorar tudo isso. Preferimos manipular, mentir, adulterar, parecer em vez de ser.
A ilusão do material
É curioso — e triste — o quão burro, mau e perigoso o ser humano se pode tornar. A ganância, a avareza, o querer pelo simples facto de ter. O materialismo desenfreado. Para quê?
Como dizia Aristóteles, “A felicidade depende de nós mesmos.”
E como reforça o Estoicismo: “A verdadeira felicidade e a paz interior vêm de cultivar a coragem, a justiça, a temperança e a sabedoria.”
Estas qualidades devem ser aplicadas nas nossas relações, mas são independentes da existência ou perda dessas relações.
A dureza da lucidez
Pensar assim pode parecer insensível. Mas uma coisa é parecer, outra é ser. O difícil é encontrar o equilíbrio: usar o bem pelo bem, e não o parecer bem pelo mal.
Esta não é uma visão romântica. É prática. Pensar, investigar, ler e querer aprender dá trabalho. É bem mais fácil sentar-me aqui, eu Del Rei, e dizer que a minha justiça é a única. Opinar sem pensar, disparar em todas as direções — hei-de acertar.
Conclusão
Desejo a todos uma excelente noite, bom descanso. E façam-me um favor: continuem assim tal e qual estão, é bem mais fácil para todos.

