Antes de Julgares, Escuta

Há um tipo de silêncio que fala mais alto do que mil palavras. É o silêncio de quem já passou por muito, de quem carrega histórias que não cabem em conversas rápidas ou julgamentos apressados. E, ainda assim, há quem olhe para esse silêncio e o chame de vitimização. Como se a dor fosse escolha. Como se a memória fosse exagero.

Vivemos num tempo em que a opinião parece valer mais do que a escuta. Onde se fala antes de saber, se acusa antes de entender, e se julga com base em fragmentos, sem nunca procurar o todo.
Mas há pessoas que são diferentes. Pessoas boas. Elas não têm pressa em formar juízos.
Preferem conhecer antes de concluir. Preferem sentir antes de falar.

Essas pessoas sabem que cada um carrega um mundo dentro de si. Que há dores que não se veem, traumas que não se explicam, e batalhas que foram travadas em silêncio. Elas não chamam sofrimento ao drama, nem confundem coragem com fraqueza. Sabem que abrir o coração é um ato de bravura, não de manipulação.

Pessoas boas não se incomodam com a vulnerabilidade alheia. Elas acolhem. Elas respeitam. Elas entendem que empatia não é sobre concordar, mas sobre querer compreender. E que ninguém se vitimiza por ter sofrido — apenas tenta sobreviver ao que viveu.

Talvez o mundo precise de mais dessas pessoas. De mais escuta, menos julgamento. De mais presença, menos pressa. Porque no fim, o que nos torna humanos não é o que sabemos, mas o que somos capazes de sentir pelo outro.

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